O lugar encontra-se marcado por uma inclinação abrupta, e as terras encontram-se suportadas por um conjunto de muros em pedra emparelhada, como é frequente ver nas paisagens da Madeira.
Esta forma de organizar o espaço e vencer o território é uma das marcas mais extraordinárias e características da nossa ilha, e, neste particular lugar, simultaneamente a solução mais adequada ás intervenções que vierem a ter lugar.
O programa que se pretende desenvolver, resume-se a um pequeno abrigo, de proporções modestas (66m2), composto por uma sala com kitchinete, uma casa de banho e um quarto de dormir. Mas, o objetivo é que a sua implantação fique quase imperceptível, como se fizesse parte dos muros que já existem. A solução formal encontra-se já descrita no território.
A arquitetura forma-se a partir da mesma matéria existente na estruturação do terreno, neste caso, ela funde-se com os muros de pedra existentes. O nosso volume implanta-se á cota da entrada do lote, e estende-se para sul, formando um retângulo que se encontra ligado ao muro a norte.
A moradia encontra-se toda ela revestida a pedra da região, apenas perfurada pelas janelas voltadas para a vista. O jardim é assim vivido em duas cotas, como de resto já acontece.
A casa tem uma relação privilegiada com a envolvente, seja pela vista franca que pode desfrutar, mas também porque tira partido das áreas ajardinadas que se encontram à volta. A sala procura estender-se sobre um balcão de 1,5 metros, e protegida por uma pala da mesma dimensão, que fazem a ligação deste espaço com o jardim.